"Algumas pessoas fazem a objeção de que Karma Yoga (a disciplina espiritual da ação) envolve muita tensão. Eles dizem, “Eu procurei só fazer o bem a eles, mas eles ignoraram meu desejo e tentaram me injuriar”. Tal desapontamento faz a pessoa perder o interesse na atividade. Alguém quer fazer o bem esperando obter contentamento disso e distribuí-lo. Quando tal contentamento não surge, o desapontamento aparece. Mas a lição que o Karma Yoga ensina é pratique o Karma como Karma por causa do Karma. Por que o Karma Yogi preenche suas as mãos com trabalho? Essa é sua verdadeira natureza. Ele sente que é feliz enquanto executa o trabalho. Isso é tudo. Ele não barganha para obter resultados. Ele não é motivado por qualquer cálculo. Ele dá, mas nunca recebe. Ele não conhece sofrimento, nem decepção, pois não esperava qualquer benefício."
Sathya Sai Baba
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domingo, 20 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
RELIGIÃO X CORPO
Porque é que a maior parte das religiões condena ou nega o corpo? Parece que aqueles que buscam a verdade espiritual consideraram sempre o corpo como um obstáculo ou mesmo como um pecado. Porque é que tão poucos daqueles que buscam verdadeiramente encontram?
Ao nível do corpo, os seres humanos estão muito próximo dos animais. Partilhamos com eles todas as funções fisiológicas básicas – sentir prazer e dor, respirar, comer, beber, defecar, dormir, o impulso para procurar um(a) companheiro(a) e procriar e, evidentemente, nascer e morrer. Muito tempo depois de terem caído de um estado de graça e de unicidade para um estado de ilusão, os seres humanos acordaram repentinamente dentro daquilo que lhes parecia ser um corpo animal – e eles acharam isso muito perturbador. "Não te iludas. Não passas de um animal."
Parecia ser essa a verdade com que se defrontavam. Mas era uma verdade muito perturbadora, intolerável até. Adão e Eva viram que estavam nus e tiveram medo. A recusa inconsciente da sua natureza animal depressa se instalou. A ameaça de que poderiam ser dominados por poderosos impulsos instintivos e voltar de novo a uma inconsciência total era na verdade muito real. A vergonha e os tabus apareceram em volta de determinadas partes do corpo e de funções corporais, especialmente a da sexualidade. A luz da sua consciência não era ainda suficientemente forte para eles travarem amizade com a sua natureza animal, para a aceitarem e sentirem prazer nesse aspecto de si próprios – quanto mais irem mais longe e encontrarem o divino oculto na sexualidade, a realidade dentro da ilusão. Portanto, fizeram o que tinham de fazer. Começaram a dissociar-se do corpo. Passaram a sentir que tinham e não que eram um corpo.
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O fato é que nunca ninguém atingiu a iluminação através da rejeição do corpo, nem da resistência ao corpo, nem de alguma experiência extra-sensorial. Embora tal experiência possa ser fascinante e possa dar um vislumbre do estado de libertação da forma material, no final de contas você terá sempre de voltar ao corpo, onde o trabalho essencial de transformação tem lugar. A transformação é através do corpo, não fora dele. É por isso que nunca nenhum mestre aconselhou que se lutasse contra o corpo ou que se o abandonasse, embora os seus seguidores, pelo menos os que se identificavam com a mente, o tenham feito muitas vezes.
Dos antigos ensinamentos relacionados com o corpo, só sobrevivem hoje alguns fragmentos, tal como a afirmação de Jesus de que "todo o teu corpo ficará cheio de luz", ou então chegam até nós como mitos, como a crença de que Jesus nunca abandonou o seu corpo, mas permaneceu uno com ele e subiu ao "céu" com ele.
Até hoje, quase ninguém compreendeu esses fragmentos ou o significado oculto de certos mitos, e a crença de que nós não somos o corpo prevaleceu universalmente, levando à rejeição do corpo e a tentativas de escapar do corpo. Muitas das pessoas que buscavam a verdade espiritual foram assim impedidas de a encontrar e de alcançar a realização espiritual.
É possível recuperar os ensinamentos perdidos sobre o significado do corpo ou reconstruí-los a partir dos fragmentos existentes?
Não há necessidade disso. Todos os ensinamentos espirituais têm origem na mesma Fonte. Nesse sentido, há e sempre houve um único mestre, que se manifesta de muitas formas diferentes. Eu sou esse mestre, mas você também o será, assim que for capaz de aceder à Fonte interior.
Não há necessidade disso. Todos os ensinamentos espirituais têm origem na mesma Fonte. Nesse sentido, há e sempre houve um único mestre, que se manifesta de muitas formas diferentes. Eu sou esse mestre, mas você também o será, assim que for capaz de aceder à Fonte interior.
The Power of Now A Guide to Spiritual Enlightenment New World Library, California, USA copyright © 1999 by Eckhart Tolle
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